Nas ondas da maternidade


     

Durante esta semana acompanhamos o acidente da grande surfista Maya Gabeira, e eu assim que vi a notícia pensei logo na mãe: meu Deus,não queria nunca ser a mãe da Maya! Que desespero,ver a filha quase morrer!
Depois, na internet,li um texto falando sobre o relacionamento mãe e filha e quem escrevia? A mãe da Maya! Um texto lindo, que mostra que amar é dar asas, é dar a liberdade e oferecer o colo! É ensinar a ir,sabendo que vai voltar!
E após ler o texto,pensei: Quero ser como a mãe da Maya quando chegar a minha hora de deixar voar...quero ter a sabedoria e a serenidade para enfrentar esse momento!
Porque a minha filha não é só minha, é das suas escolhas, da sua busca...mas o meu colo de mãe é dela, na hora em que ela quiser!


O texto abaixo foi retirado do site http://www.brconfidencial.com

Minha filha é guiada pelo vento
“Domingo, 19:20hs, abro meu laptop, clico no Google Earth e começo a girar o Globo terrestre. Procuro Tahiti, digito Bora Bora e lá vem elas, milhares de ilhas num oceano totalmente azul. No zoom encontro Teahupoo, meia dúzia de casas na beira mar cercadas por bancos de corais. Penso “Nossa, ela está mesmo no paraíso!”.
Há algum tempo nos acostumamos a localizar a Maya desta forma: Mentawaii, Asu, Puerto Escondido, Todos os Santos, North Shore, Dungeous , Mavericks…
Minha filha tem 26 anos e desde os 16 viaja sozinha pelo mundo atrás do seu sonho, surfar ondas grandes e perfeitas.
Sua história não estava escrita em lugar nenhum, foi inventada por ela. Para nós sempre foi quase impossível vislumbrar seu futuro como free surfer, um profissional do surf que não entra em competições e que vive pra surfar as melhores ondas onde elas estiverem. O mapa dos ventos é o guia do seu destino.
Maya foi uma menina doce e afetuosa. Na pré adolescência surgiu um ser inquieto, rebelde e contestador. Comportamento previsível para muitos, mas assustador para uma mãe recém separada. Como enfrentar uma garota disposta a trocar de escola, ir a quantas festas fosse possivel, entrar e sair de casa a hora que quisesse sem dar satisfação…
Algo não ia bem, eu havia perdido a autoridade sobre ela, minha orientação não valia nada, meus pedidos tampouco, não havia acordo possível.
Para ela eu representava um mundo com o qual ela estava em choque. Minha idéia da escola como lugar de descobertas, de crescimento, de fazer amigos, era para ela insuportável. Para sua sorte, Maya tem um pai sensível a rebeldias e contestações. Aí fui vencida por nocaute. Ela mudou-se para a casa dele e fizeram um pacto de convivência no qual ele acataria as escolhas dela desde que nada lhe fosse omitido e que o celular estivesse sempre ao alcance de seu chamado. Meu mundo ruiu !!!! Um sentimento de rejeição e de fracasso tomou conta de mim. Como podia aquela criança tão apegada a mim, aquela a quem dediquei tantas noites de sono, se livrar de mim dessa forma tão fácil?
Logo Maya conheceu Vicente e as noitadas foram substituídas pelas manhãs na praia. Seus dias eram preenchidos por longas horas surfando. Quase morria de desgosto só de pensar no desperdício de talento daquela menina que falava alemão fluente e escrevia lindas histórias com tão pouca idade.
Durante 3 anos passamos por muitos momentos difíceis, nos sentíamos duas estranhas, Maya recusava minha ajuda. Parecia destinada a algo mais forte que ela, algo que eu não conseguia alcançar. Decidi então me afastar, deixando sempre meu coração aberto a ela, declarando meu amor e minha dor de vê-la tão distante e inacessível. Minha sábia mãe, meu guru, me deu forças para esperar por ela, ter confiança no amor que havia lhe dedicado. O pai, por outro lado, começou a sentir o peso da responsabilidade de uma adolescente para a qual o céu era o limite!! Cada vez os riscos que a envolviam eram maiores, na mesma proporção do tamanho das ondas que ela surfava.
Quando chegamos ao limite da dor e do sofrimento do afastamento, recomeçamos uma aproximação lenta, sabendo que todos teríamos que ceder para retomarmos nossa convivência. Passei então a ser consultada sobre certas decisões que envolviam viagens como a primeira temporada no Hawaii aos 16 anos. A partir daí, sabendo que a proibição não funcionava no nosso caso, passei a usar minha rede de relações para protege-la onde ela estivesse. Mobilizei amigos no Hawaii e em Bali, sempre procurando notícias.
Sempre chegou onde queria, lavou pratos, serviu refeições, limpou hotéis, foi baby sitter… Depois dos 18 anos passamos a acompanha-la no Google Earth. Aos 19 ela já era conhecida em Waimea por sua coragem e seriedade com a qual se dedicava ao surf. Conquistou o título mundial feminino de onda gigante, feito nunca atingido por uma garota tão jovem: Maya fazia 20 anos. Fernando suspirou aliviado sentindo-se recompensado por todos os riscos corridos na aventura em que ela o envolveu até a raiz dos cabelos. Fui escolhida por ela para gerenciar seus contratos. Nossa viagem a São Paulo foi um dos melhores momentos de nossas vidas. Nunca vou me esquecer de nossas gargalhadas no hotel antes de dormir, riso frouxo de felicidade!!! Hoje recuperamos o tempo perdido.
Minha mãe tinha razão… o amor da infância seria mais forte que as diferenças, faria abrir nossos corações e trazer de volta a felicidade! Hoje temos profunda confiança e admiração uma pela outra, somos melhores amigas, nosso amor foi posto a prova.”
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Comentários

  1. Nossa nem imagino o sofrimento dessa mãe, espero tbm ter essa serenidade e sabedoria pq sou muito ciumenta rsrsrs
    bju
    Estou Crescendo

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  2. É muito difícil no começo saber que estão crescendo e vão seguir o seu destino.
    Eu que sei, ainda não sei lidar com isso direito.
    bju
    Papo de Mãe - Toninha Borges
    Educar - o primeiro paso - Toninha Borges

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  3. Nossa, eu sempre penso nas Mães hoje em dia também, e sempre digo que preciso praticar o desapego, por que não deixo nem as pessoas levarem o Davi pra passear, no máximo meus pais e uma vez deixei os padrinho dele levar e quase morri de angustia. Tudo bem que ele só tem 3 anos, mas ainda assim não era pra eu ficar tão aflita, mas eu fico :( .

    http://umdivapara3.blogspot.com.br/

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  4. Que texto lindo. Sinceramente não sei se conseguiria dá asas a um filho com 16 anos. Não sei ao certo se posso dizer que isso seja bom.

    beijos

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  5. Mãe sofre , mas a gente não cria os filhos pra gente e sim pro mundo , cada um deles uma hora vai partir seguir seu rumo, cabe a nós mães rezar a deus que os protejam os ampare e lembrar sempre a eles que quando precisarem estaremos sempre dando colo e estendo a mão, adorei o relato da mãe da maya , e adolescente é assim põe coisas na cabeça e vão lá e fazem sem se importar com o que dizemos , quanto dizemos não mais eles fazem eu sei porque eu era assim , fazia de tudo pra contrariar, enfim não sei se liberaria minha filha aos 16 anos para viajar assim , mas só estando na sua pele para saber né
    beijos
    onossonude.blogspot.com.br

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  6. Muito dificil , com 16 anos
    Mas se não deixar eles vão escondidos
    Uma ótima semana
    Bjkas
    Leteia Bispo – Segredos da Luma

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  7. Tudo muito lindo, mas na minha realidade só posso saber da minha reação quando chegar o momento meu pequeno ainda é muito pequeno kkkk, e não sei como vou agir quando ele quiser sair de casa. Ha como admiro essa mãe.
    http://belagestanteemae.com.br/

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  8. Infelizmente nós mães criamos nossos filhos para o mundo, ainda bem né! imagine o mundo cria los pra nós, mesmo assim penso muito quando chegar o dia do meu pequeno voar.
    http://belagestanteemae.com.br/

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  9. Realmente ser mãe é ter sabedoria e paciência, para deixá-los voar. Crio meu filho sempre pensando que crio ele para o mundo, para seus proprios sonhos e não para mim. Quero apenas formá-lo um homem integro, do bem para que ele possa caminhar sozinho. Adorei a reflexão! Bjos
    Tatty Nunes - Mãe de Primeira Viagem

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  10. OI Melissa, lindo o texto da mãe da Maya e eu imagino a agonia que foram os três anos para ela. Mas eu acredito na força do amor e dedicação que são dados no período da infância. Acho que todo o trabalho que temos na infância é para preparar para a adolescência. O importante é deixar voar e poder estar acompanhando.
    beijos
    Chris
    http://inventandocomamamae.blogspot.com/
    #amigacomenta

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  11. A vida é assim, por isso devemos nos preparar e prepara os filhos para o mundo.
    Mais o melhor é que o amor vence sempre.
    Bjs
    http://soumaedecinco.blogspot.com/

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  12. Hoje conversando com o meu marido disse: queria tanto que eles conservassem essa espontaneidade e ele: mas vc sabe que não vão ne?
    Doeu meu coração...
    beijao
    Lele
    #amigacomenta
    www.eueleeascriancas.com.br

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  13. Eu via reportagem que a mãe dela deu no fantástico, dava pra ver o susto na feição dela, meu Deus e nunca queria passar por isso..bjss

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  14. Quem me conhece sabe que sou uma mãe apaixonada, como todas as outras, mas sempre digo que crio meus filhos pro mundo, pois não poderei te-los sempre grudados em mim e quero que vivam intensamente.
    Amei o texto.

    Beijocas, Cléo Moretti
    Dona Maricota Feliz

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  15. Lindo o texto! Só o amor de mãe para suportar tudo isso.
    Beijos!
    islary34.blogspot.com

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  16. Adorei o texto, é tão difícil saber que um dia os filhos se vão, viver a vida...os filhos são como nossos tesouros, mas eles têm que ser criados para o mundo! bjo

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  17. amiga que difícil essa situação pra mim é complicado
    não sei se conseguiria nem dormir
    graças a Deus que hoje ela colhe o fruto
    de um amor que foi posto a prova

    lindo dia bjs


    Ser Mamãe Pela Segunda Vez
    Google+Nanda

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  18. Lindo texto seu e da mãe de Maya.Filhos conquistamos com muito amor e carinho

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  19. temos que suportar mesmo
    to ate vendo quando as meninas crescerem
    bjos

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  20. Que texto lindo, emocionante! Os filhos são únicos e nosso papel é dar a eles as diretrizes e esperar que voltem sempre ao nossos braços!
    Beijo
    Débora
    #amigacomenta
    www.personalbebe.com.br

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  21. Nossa lindo texto, mas que coração aflito esta mãe ficou por anos, não sei se consegueria dar asas com esta idade, ao ponto de mudar de país,não sei se é certo ou errado, ela agiu da maneira que pode. E que bom que o amor da infância e carinho venceram a barreira da idade. Bjs
    Vivi e Isaac

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  22. Nosso que lindo mesmo .. tb fico imaginando isto .. porém é uma coisa que temos que encarar .. se eles quiserem seguir caminhos assim então ... mais ainda .. faz parte né?!

    Roberta e Luma
    http://princesaluma.blogspot.com.br/
    http://motivosparaestareserfeliz.blogspot.com.br/

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  23. Adorei suas palavras no Motivos .. vamos nos encontrar e nos conhecer pessoalmente sim querida .. vou adorar .. bjs

    Roberta e Luma
    http://princesaluma.blogspot.com.br/
    http://motivosparaestareserfeliz.blogspot.com.br/

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  24. Nossa!!
    Lindo texto!
    Eu tenho essa consciencia, desde sempre. Procuro fazer com que meus filhos se sitam confiantes para fazer suas escolhas e para saberem q se a consequencia for muito dura estarei ali e se for ótima também estarei ali para comemorar.
    Mas... meu coração quase sai pela boca quando eles brincam no trepa-trepa imagine surfando ondas gigantes? Tenho um infarto de olho aberto kkkkkk
    Bjs
    Mari
    #amigacomenta
    http://maricriando.blogspot.com.br

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  25. Eu já tinha lido esse texto e realmente é lindo.
    A verdade é que não criamos filhos para nós e sim para o mundo, embora queiramos que estejam sempre debaixo de nossas asas, sabemos que um dia eles criarão suas próprias e certamente irão alçar voos em busca de sus sonhos. E é exatamente isso que temos que entender "Estaremos aqui para dar colo quando precisarem e prontas para recebe-los quando e se voltarem"
    Bjs""

    Carlah Ventura - Intensa Vida

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  26. Lindo o texto mesmo, mas sabemos que criamos o filho pro mundo, mas é difícil aceitar que um dia ele vai ter suas próprias escolhas, espero ter essa mesma força
    Bjinhos

    mamaenathan.blogspot.com

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